22 de abril de 2015
20 de abril de 2015
Uma antologia de iniciação à poesia lusófona - 101 Poetas, organizada por Inês Pupo
101 poetas
iniciação à poesia em língua portuguesa
org. Inês Pupo
Lisboa :
Caminho, 2007 / 4.ª ed., 2010.
«Qualquer leitor poderá por si só encontrar aqui os poetas que se tornarão seus companheiros para o resto da vida. Leituras feitas na sala de aula, sob orientação do professor, e em parceria com colegas da mesma idade, hão de proporcionar experiências inesquecíveis e de efeito decisivo no amor pela língua e pela literatura.» - Ana Maria Magalhães
Poetas: Alda do
Espírito Santo - Alexandre Herculano - Alexandre O'Neill - Almeida Garrett - Álvaro
Brito Pestana - Antero de Quental - António Botto -António Feliciano de
Castilho - António Ferreira - António Gedeão - António Nobre - António Ramos
Rosa - Augusto Gil - Bernadim Ribeiro - Camilo Pessanha - Carlos de Oliveira - Carlos
Drummond de Andrade - Carlos Queirós - Cecília Meireles - Cesário Verde - Conceição
Lima - Conde de Monsaraz - Corsino Fortes - D. Dinis - D. Francisco Manuel de
Melo - D. Sancho I - Daniel Filipe - David Mestre - David Mourão-Ferreira - Diogo
Bernardes - Dom João Manuel - Domingos Caldas Barbosa - Eugénio de Andrade - Eugénio
de Castro - Fernando Pessoa - Fiama Hasse Pais Brandão - Florbela Espanca - Francisco
Bugalho - Francisco José Tenreiro - Francisco Rodrigues Lobo - Gastão Cruz - Gil
Vicente - Gomes Leal - Gonçalves Dias - Guerra Junqueiro - Heliodoro Baptista -
Herberto Hélder - Jaime Cortesão - João Cabral de Melo Neto - João de Deus - João
de Lemos - João Garcia de Guilhade - João José Cochofel - João Melo - João Roíz
de Castelo-Branco - João Soares Coelho - Jorge de Lima - Jorge de Sena - José
Carlos Ary dos Santos - José Carlos de Vasconcelos - José Craveirinha - José de
Almada Negreiros - José Gomes Ferreira - José Régio - José Saramago - Luís de
Camões - Luís Filipe Castro Mendes - Luís Veiga Leitão - Manuel Alegre - Manuel
Bandeira - Manuel Maria Barbosa du Bocage - Manuel Rui - Mário Cesariny - Mário
de Andrade - Mário de Sá-Carneiro - Mário Dionísio - Marquesa de Alorna - Martim
Soares - Mia Couto - Miguel Torga - Natália Correia - Nicolau Tolentino - Noémia
de Sousa - Nuno Júdice - Olavo Bilac – Ondjacki - Paula Tavares - Paulino
António Cabral - Pedro Tamen - Pêro da Ponte - Raul de Carvalho - Rui Knopfli -
Ruy Belo - Ruy Cinatti - Sá de Miranda - Sebastião da Gama - Sophia de Mello
Breyner - Teixeira de Pascoaes - Tony Tcheka - Vasco Graça Moura - Vitorino
Nemésio.
É psicóloga, psicoterapeuta, tradutora e escritora.
A sua obra para um público essencialmente infanto-juvenil
alia ao texto a componente musical e, como será de esperar, a ilustração, em
coautoria com autores dessas artes.
Tendo começado por organizar a antologia 101
Poetas (2007), recomendada no PNL, e por compor os poemas para os projetos para
crianças do Jornal Expresso (2005-2007), participou em vários
projetos de livros/CDs ao dispor do jovem leitor: Canta o Galo Gordo: poemas e canções para todo o ano (2008), com
música de Gonçalo Pratas e ilustração de Cristina Sampaio; A casa sincronizada: uma história musical (2011),
com música do mesmo músico, ilustração de Pedro Brito e que recebeu o Prémio
Autores, SPA (2012); Na cozinha das
canções: mousse de chocolate (2012) com
receitas de Luís Baena, ilustração de Ricardo Machado e música de
Gonçalo Pratas; Galo Gordo: este dia vale
a pena (2012), textos musicados por Gonçalo Pratas e ilustrados por
Cristina Sampaio.
13 de abril de 2015
Ser Poeta, Escrever Poesia
Imagem e atividade em Florbela
revisitada.
Esta nuvem de
palavras relativa ao soneto de Florbela Espanca
destaca, de entre 86
palavras, as que são mais importantes ou recorrentes.
Que mensagem podes retirar desta nuvem de palavras?
Que mensagem podes retirar desta nuvem de palavras?
Como os poetas “definem” a Poesia
SER POETA
Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!
Florbela Espanca
in Charneca em flor (1931)
[Escuta aqui aversão musicada do poema]
POESIA
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Carlos Drummond de Andrade
in Alguma Poesia (1930).
LIBERDADE
O poema é
A liberdade
Um poema não se programa
Porém a disciplina
— Sílaba por sílaba —
O acompanha
Sílaba por sílaba
O poema emerge
— Como se os deuses o dessem
O fazemos
Sophia de Mello Breyner Andresen
in O nome das coisas
(1977).
O POETA BEIJA TUDO
O poeta beija tudo, graças a Deus… E aprende com as coisas a
sua lição de sinceridade…
E diz assim: «É preciso saber olhar…»
E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças,
entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos…
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor
que está por detrás…
E perde tempo (ganha tempo…) a namorar uma ovelha…
E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma
mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou
desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia
chuvoso…
E acha que tudo é importante…
E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear
com eles para o jardim…
E reparou que os homens estavam tristes…
E escreveu uns versos que começam desta maneira: «O segredo
é amar…»
Sebastião da Gama
In Diário (1958)
Lê e reflete sobre esta definição de poesia pelo poeta e declamador José Fanha.
A POESIA...
A poesia foi uma das formas que o ser humano encontrou para
falar dos seus sentimentos mais profundos e misteriosos.
A poesia é a arte das palavras, e as palavras, quando
tocadas pelos poetas, tornam-se chaves mágicas que abrem portas de universos
que estão para além do imediato quotidiano e que nos falam dos grandes mitos, e
também das paixões, das dores, das alegrias.
A linguagem poética exprime o modo de olhar para a Natureza,
para o coração, para o amor de uma forma diferente da linguagem quotidiana.
É frequente confundir-se poesia com rima. Mas nada mais
errado. A poesia pode ser rimada ou não. A rima pode ou não ser poética. Quando
se trabalha a rima com as crianças desenvolve-se a "ginástica" básica
da língua, mas não se trabalha necessariamente a poesia.
Outras definições
Muitas definições de
“O que é Poesia”
em Banco da Poesia, blogue
brasileiro inaugurado a 12.03.2009, como esta:
«Para os dicionaristas, em geral,
poesia é a obra literária escrita em versos,
e na voz popular poesia é às vezes sinônimo de poema.»
Geir Campos (1924-1999), poeta e tradutor
in Pequeno dicionário de arte poética (1978).
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