Índice do que aqui podes encontrar:
1. A autora;
2. O livro;
3. Resumo da ação;
4. Fontes de inspiração: "O sal e a água", conto tradicional, e O Rei Lear, de William Shakespeare;
5. Análise da obra (título, estrutura externa, estrutura interna, ...);
6. Apreciações críticas;
7. Guiões e outras atividades para compreensão da obra.
1. A autora
Alice Vieira
Foto do seu perfil no Facebook
Para conheceres a sua vida e a sua obra, consulta:
- "Viagem à roda do nome Alice";
- «Alice Vieira», in Editorial Caminho;
- «Alice Vieira», in página da DGLAB;
- «Alice Vieira», in Wikipédia;
- «Alice Vieira», perfil no Facebook;
- «Autor do Mês: Alice Vieira», in Biblioteca Pública de Évora.
- «Alice Vieira», in Casa da Leitura, da Fundação Calouste Gulbenkian. – doc. de 28 págs. em formato .pdf; aqui podes encontrar: «A escrita é a minha profissão» - entrevista com Maria Leonor Nunes; «Alice Vieira» - entrevista com Catarina Pires; «Trinta anos de livros e leituras» por Ana Margarida Ramos ; «Obras de Alice Vieira [bibliografia]» - por Rui Marques Veloso.
2. O livro
“Leandro, rei da Helíria” (1991) de Alice Vieira
Lisboa : Editorial Caminho, 1991.
- com mais de 22 edições.
Texto integral da peça de Alice Vieira:
Leandro, Rei da Helíria, ebook em formato Word.
Fonte: Helena, «Leandro, o rei da Helíria” de Alice Vieira»,
in blogue Português sem fronteiras, 19.01.2012.
3. Resumo(s) da ação
«Um rei bondoso, duas filhas más, uma filha boa e um bobo fiel. É assim o reino de Helíria!
Tudo está em paz até ao dia em que o Rei tem um sonho muito estranho que o leva a crer que está na altura de abandonar o trono.
Como não tem filho varão decide entregar o reino à filha que mais o amar. Para isso, cada uma deve exprimir, por palavras, os seus sentimentos.
Amarílis e Hortênsia fazem um lindo discurso comparando o seu amor ao Sol, ao ar e a todos os elementos vitais.
Violeta, a filha mais nova, não encontra outra comparação senão a de que quer ao pai tanto como a comida quer ao sal.
O Rei não entende esta medida de amor e, furioso, expulsa a filha, para sempre, e entrega metade do reino a cada uma das outras filhas.
Mais tarde, as filhas más acabam por expulsar o pai, que caminha durante anos com o seu bobo fiel por terras desconhecidas.
Já velho, cansado e cego, encontra, sem saber, o reino de sua filha Violeta. Esta serve-lhe um manjar de comida sem sal.
O pai compreende, então, a falta de um bem tão essencial e pede perdão a Violeta por não ter percebido que ela era a única filha honesta e que realmente o amava.»
Fonte: Helena, «Leandro, o rei da Helíria” de Alice Vieira», in blogue Português sem fronteiras, 19.01.2012.
Vídeo – Resumo do enredo da peça.
Fonte: Youtube
4. Fontes de inspiração
Pelo menos, duas histórias terão servido de inspiração ao texto dramático de Alice Vieira:
Um conto tradicional:
Clica nesta imagem para leres o conto. |
O Sal e a Água
In: Contos tradicionais portugueses do povo português - recolha por Teófilo Braga, 1.ª ed. – Porto, 1860; com várias reedições nos nossos dias.
Uma das mais famosas tragédias:
Clica nesta imagem para saberes mais. |
O rei Lear, de William Shakespeare
Edição recente em língua portuguesa: O rei Lear, de William Shakespeare. Porto, Col. “Shakespeare para o século XXI”, Campo das Letras, 2005.
5. Análise da obra
5.1. A edição utilizada
é a 12.ª edição: Lisboa, Editorial Caminho, 2011. Portanto,
todas as citações e indicações de página referem-se a essa edição.
5.2. O título «Leandro,
rei da Helíria» cria a expectativa de a história ser sobre... uma personagem
principal, chamada... Leandro (o nome
surge em primeiro lugar) e que é... rei
de uma terra chamada... Helíria.
Portanto, uma personagem
masculina e o seu poder sobre um certo território serão provavelmente aspetos
importantes: «Deste o reino, deste o
manto, / deste o cetro, deste a coroa / às filhas do teu encanto [...]» (p.
69). Como sabemos, trata-se de uma herança e uma questão de poder: Quem
sucederá a Leandro no seu trono? Quem reinará em Helíria?
5.3. Estrutura externa da peça.
A peça divide-se em dois atos (quando o cenário muda, assistimos então ao 2.º ato); cada ato tem onze cenas (sempre que uma personagem sai ou entra em cena/palco demarca-se uma cena).
Podemos
esquematizar a sua estrutura deste modo:
TEXTO DRAMÁTICO
TOTAL
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ATO 1
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Cena 1
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Cena 2
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Cena 3
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Cena 4
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Cena 5
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Cena 6
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Cena 7
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Cena 8
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Cena 9
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Cena 10
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Cena 11
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ATO 2
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Cena 1
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Cena 2
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Cena 3
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Cena 4
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Cena 5
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Cena 6
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Cena 7
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Cena 8
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Cena 9
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Cena 10
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Cena 11
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O texto principal são as falas das
personagens, i.e., o modo de expressão dominante é o diálogo - por exemplo:
PRÍNCIPE FELIZARDO: E o que é que a gente faz com um coração?
PRÍNCIPE SIMPLÍCIO: Tiraste-me as palavras da boca!
Existe ainda um texto secundário constituído pelas indicações do autor
ou didascálicas destinadas aos
atores e a todos os técnicos que contribuem para a encenação da peça. Essas indicações cénicas surgem entre parênteses e em itálico – vejamos
vários exemplos:
Elementos envolvidos na representação do texto
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Didascálicas
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Cenarista
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(No jardim do palácio real de Helíria. Rei Leandro passeia com o Bobo)
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Aderecista
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(Preparativos para a festa, os criados passam com grandes travessas, cestos, barris, etc. ... Cantam) (p. 39)
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Luminotécnico
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(Aqui a cena fica suspensa, e a luz centra-se apenas no bobo, que fala para os espetadores na plateia) (p. 14)
(A luz regressa à gruta) (p. 79)
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Sonoplasta
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(Tocam as trombetas) (p. 29)
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Atores
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BOBO (gritando de repente, depois de olhar muito para Violeta): É ela! É ela! Eu bem sabia que já tinha visto aquela cara! É ela! É Violeta! (p. 103)
(Simplício encolhe os ombros); (Simplício diz que não com a cabeça, o outro fica mais sossegado) (p. 55)
|
5.4. Organização
interna da peça.
Como texto portador de sentido, i.e., em que se conta uma história e por partes, esta peça obedece a uma estrutura
interna:
- exposição (introdução)
- conflito (desenvolvimento)
- desenlace (conclusão).
Partes
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Delimitação no texto
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Resumo
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EXPOSIÇÃO
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1.° ato: cenas I a VI
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...
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CONFLITO
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1.° ato: cena VII, até
2.° ato: cena VIII
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...
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DESENLACE
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2.° ato: cena IX até Cena XI
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...
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(em elaboração)
5.5 Apresentação das principais personagens (sua caraterização)
O rei Leandro
- É rei do reino de Helíria.
- Sente-se velho demais para continuar a reinar.
- Está atormentado com um sonho que interpreta como sendo uma mensagem dos deuses.
- Tem no Bobo um amigo, mas não lhe dá o devido valor.
- O seu maior tesouro são as filhas, principalmente a mais nova, Violeta.
- É impulsivo ao questionar as filhas e a julgar as suas respostas: demonstra ser cruel com Violeta por esta o desapontar com a sua medida de amor.
O Bobo
- É uma personagem divertida que dá humor à ação.
- Ao longo da peça, para além da sua função cómica, o Bobo assume também o papel de comentador e de crítico (por vezes, é irónico e muitas vezes os seus apartes expõem ou dão a conhecer melhor as pessoas que rodeiam o rei).
- Revela ser inteligente e ponderado.
- Apercebe-se bem do carácter das princesas.
- Não abandona o Rei apesar da sua desgraça e é ele quem, anos mais tarde, o guia até Violeta.
- Estabelece uma relação forte com o público através dos apartes e monólogos proferidos.
Amarílis
- É uma princesa, a filha mais velha do rei Leandro da Helíria.
- De acordo com a simbologia do seu nome de flor, a traição, diz o povo que é uma mulher artificiosa, enganadora e interesseira.
- Não se preocupa com a superficialidade do noivo.
- É falsa, ingrata e oportunista: na primeira oportunidade expulsa o próprio pai do seu reino.
Hortênsia
- É uma princesa, a filha do meio do rei Leandro.
- De acordo com a simbologia do seu nome de flor, a vaidade, diz o povo que as Hortênsias são mulheres caprichosas e inconstantes.
- É falsa e interesseira, como a irmã mais velha: também ela não se sente culpada ou com remorsos por expulsar o pai do seu reino.
- Não se incomoda com a falta de personalidade do noivo.
- Entra em competição com a irmã Amarílis.
Violeta
- É uma princesa, a filha mais nova do rei Leandro da Helíria e a sua preferida.
- É uma filha preocupada, a amorosa e bondosa: preocupa-se com o bem-estar do pai e de todos. Simbolicamente a Violeta representa a modéstia. De facto, é a simplicidade de Violeta que vai provocar a ira do pai e a sua expulsão de casa.
- Sente um amor verdadeiro e desinteressado pelo príncipe Reginaldo.
- Apesar de ter sido incompreendida e expulsa do reino pelo pai, não lhe guarda rancor e perdoa-lhe todo o mal que lhe fez.
O Príncipe Felizardo
- É o pretendente e futuro marido de Amarílis.
- Novo-rico, e muito materialista – acha que o valor das pessoas se mede por aquilo que elas possuem –, é vaidoso, convencido, altivo, grosseiro, gabarola.
- Sendo também interesseiro, não espanta que não dê importância ao amor no casamento entre duas pessoas.
- Desculpa as suas atitudes com as ordens de Amarílis.
O Príncipe Simplício
- É o pretendente e futuro marido de Hortênsia.
- Vive na sombra de Felizardo, apoiando-o incondicionalmente, e revela uma fraca personalidade.
- Tem um vocabulário reduzido e por isso apenas profere, ao longo de toda a peça, uma única frase: «Tiraste-me as palavras da boca.».
Príncipe Reginaldo
- É o pretendente e futuro marido de Violeta.
- Ama-a de verdade verdadeiramente e sente-se feliz por ser correspondido pelo amor igualmente desinteressado de Violeta.
- Enfrenta o rei quando este expulsa do reino a filha mais nova, Violeta.
- É terno, apaixonado, bondoso e generoso, e apoia Violeta nas suas decisões.
Pastor, Godofredo Segismundo
- É perspicaz e detentor de sabedoria popular.
- É uma pessoa feliz na sua humildade e no seu casamento com Briolanja.
- Encaminha o rei para o palácio de Violeta, permitindo um final feliz.
6. Apreciações críticas
- 10 comentário de alunos do 9.º ano do Agrupamento de Escolas D. Dinis, in “As nossas leituras” da Biblioteca Escolar D. Dinis, s/d.
7. Guiões e atividades para compreensão da obra
do Agrupamento de Escolas de Fajões.
– Após a leitura da obra, responde às questões, colocando uma cruz na opção correta.
da autoria de Maria João Martins e Miguel Fonseca.
- Orientações para trabalhos em grupo sobre esta peça.