23 de outubro de 2016

A vida e a obra de um cantor-poeta: Bob Dylan


LEITURA - Ordenação dos acontecimentos da vida de alguém


Os momentos ou etapas da biografia (história da vida) deste artista estão fora de ordem, baralhados. [Aqui no blogue os acontecimentos estão ordenados logicamente, cada professor deverá baralhar as partes a seu gosto]


Ordene esses acontecimentos (dando novos números, à esquerda), de modo a dar um sentido lógico ao texto. Socorra-se dos conectores [palavras de ligação, que estamos a treinar nas atividades de escrita] e das datas.

Boa história, boa música!


A vida e a obra de um cantor-poeta: Bob Dylan


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Bob Dylan é o nome artístico de Robert Allen Zimmerman, nascido em Duluth, nos Estados Unidos da América, a 24 de maio de 1941. É um dos mais famosos cantores e compositores de música “folk” ou popular/tradicional, sendo também um pintor, ator e escritor norte-americano. Ao longo da sua carreira, esta estrela da cultura pop mundial foi-se reinventando: começou por ser um jovem cantor folk, passando de seguida a roqueiro, depois foi o recluso hippie rural, o profeta, o pastor evangélico, o decadente e, por fim, o septuagenário reconciliado consigo mesmo.
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Em primeiro lugar, notemos que Bob Dylan embora tenha nascido no estado de Minnesota, nos EUA, é neto de imigrantes judeus russos. Cedo, ainda adolescente, começou a escrever poemas e, como autodidata, aprendeu piano e guitarra.
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Em segundo lugar, embora tenho começado a cantar em grupos de rock, só quando foi para a Universidade, em 1959, é que se interessou realmente pela “folk music”. Nesta cidade, atuou em bares, acompanhado apenas de um violão e de uma gaita-de-beiços.
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Em 1961, desiste do curso e viaja para Nova Iorque. Aí lançou o seu primeiro álbum, em 1962, o qual lhe abre as portas para a fama. No ano seguinte, canções como “Blowin’ in the wind” tornam-se um hino para os movimentos pacifistas a favor dos direitos civis nos EUA.
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Em terceiro lugar, Bob Dylan é considerado pioneiro na introdução da literatura na música pop e também na fusão de ritmos europeus e afro-americanos. Ele é autor e intérprete de sucessos emblemáticos como “Blowin' in the wind” e “A hard rain’s a-gonna fall” (1963), “Mr. Tambourine Man” (1965), “Lay lady lay” (1969) e “Knockin’ on heaven’s door” (1973). Estes são alguns dos temas da sua vasta carreira de cantor, com mais de meio século, em que editou dezenas de álbuns, de estudio e ao vivo, que tanto influenciaram a música popular moderna.
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Para além da música, Bob Dylan também trilhou noutras artes. No cinema, participou em vários filmes como ator; realizou “Renaldo and Clara” (EUA, 1978), protagonizado por si, Sara Dylan e Joan Baez; e as suas canções estão incluídas em muitas bandas sonoras do cinema americano. Outra faceta artística de Bob Dylan é o desenho e a pintura.
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Durante toda a sua vida, Dylan publicou as suas canções em livro: os seus Bob Dylan songbooks, também intitulados Lyrics, ou seja: letras de canções, desde 1962 até hoje. Em Portugal, as suas canções foram editadas em dois volumes, em 2006 e 2008. Mais recentemente, saiu a público o primeiro volume da sua autobiografia, Chronicles, volume one (2004), que teve logo tradução portuguesa e brasileira (2005).
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Para além de todas estas atividades artísticas, Dylan foi um grande defensor de causas sociais: participou em várias iniciativas de solidariedade e beneficência. Em 1997, foi convidado pelo Papa João Paulo II a atuar para milhares de fãs no World Eucharistic Congress, em Bolonha (Itália).
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Em conclusão, e na linha da revista Rolling Stone que elegeu Bob Dylan como o 2.º melhor artista da música de todos os tempos (ficando atrás apenas dos Beatles), destacamos alguns prémios com que foi reconhecido ao longo da sua carreira. Dylan recebera já cinco Gramys e em 1991 o “Grammy Lifetime Achievement Award, quando é laureado com mais dois Gramys, em 2006.
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Em 1997, foi distinguido com o “Kennedy Center Honors” pelo labor artístico de toda uma vida e, em 2000, recebeu das mãos do Rei da Suécia o Prémio de Música Polar. Em junho 2007, foi honrado com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes, em Espanha. A estas honras juntou, em 2012, a condecoração com a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honra civil concedida pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
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Finalmente, foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 2016 por “ter criado novos modos de expressão poética no quadro da tradição da música americana”. Esta atribuição inesperada do maior prémio... da literatura a alguém que era conhecido no mundo da música foi algo muito falado e controverso, tornando Bob Dylan ainda mais conhecido, como agora nas nossas sessões de LC.
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Portanto, bastante premiado, Bob Dylan já fora  incluído pela revista Time (n.º 22, June 8, 1998) na lista das 100 pessoas mais influentes do século XX. De facto, recentemente tornou-se o primeiro artista na história a ganhar, além do Prémio Nobel, o Óscar, o Grammy e o Globo de Ouro.

As letras / os poemas... de Bob Dylan

A canção mais conhecida de Bob Dylan, “Blowin’ in the Wind” já teve versões de Zé Ramalho e Diana Pequeno, no Brasil. De facto, vários artistas brasileiros fizeram “covers” e traduções de músicas de Dylan, as quais se tornaram bastante conhecidas no Brasil. Apresentamos-lhe aqui a versão de Zé Ramalho.


Blowin in the wind
de Bob Dylan, EUA

How many roads must a man walk down,
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail,
Before she sleeps in the sand?
Yes, and how many times must cannonballs fly,
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin’ in the wind
The answer is blowin’ in the wind

Yes, and how many years can a mountain exist,
Before it’s washed to the sea
Yes, and how many years can some people exist,
Before they’re allowed to be free?
Yes, and how many times can a man turn his head,
And pretend that he just doesn’t see?
The answer, my friend, is blowin’ in the wind
The answer is blowin’ in the wind.

Yes, and how many times must a man look up,
Before he really sees the sky?
Yes, and how many ears must one man have,
Before he can hear people cry?
Yes, and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin’ in the wind
The answer is blowin’ in the wind



O vento vai responder
cantado por Zé Ramalho, Brasil

Quantos caminhos se tem que andar
Antes de tornar-se alguém?
Quantos dos mares temos que atravessar
Pra poder, na areia, descansar?
Quantas mais balas perdidas voarão
Antes de desaparecer?
Escute o que diz o vento, my friend
O vento vai responder

Quantas vezes olharemos o céu
Antes de saber enxergar?
Quantos ouvidos terá o poder
Para ouvir o povo chorar?
Quantas mais mortes o crime fará
Antes de se satisfazer?
Escute o que diz o vento, my friend
O vento vai responder

Quantos anos pode uma montanha existir
Antes do mar lhe cobrir?
Quantos seres ainda irão torturar
Antes de se libertar?
Quantas cabeças viraram assim
Fingindo não poderem ver?
Escute o que diz o vento, my friend

O vento vai responder



Bob Dylan, Nobel da Literatura