GRUPO I – LEITURA (40 pontos)
1.
Este excerto faz parte do desenvolvimento ou exposição do sermão; especificamente,
do capítulo III do mesmo, em que
Vieira faz os louvores dos peixes em
particular (no cap. anterior louvara os peixes em geral).
2.
No início do testo é referido, através do uso do
vocativo, o destinatário deste sermão, ou seja: os «moradores do Maranhão», no
Brasil. Portanto, este texto destina-se essencialmente aos colonos que
habitavam naquela localidade. Todavia, no texto, o autor finge ter-se esquecido
de estar a pregar aos peixes em vez de aos homens. É um artifício engenhoso,
pois sabemos que no seu sermão, ao louvar ou criticar os peixes, Vieira está de
facto a elogiar ou a reprender os seres humanos.
3.
3.1. Expressão que melhor refere a Rémora: «[…] a virtude daquele
peixezinho tão pequeno no corpo e tão grande na força e no poder[…]».
4.
A rémora e a língua de Santo António são comparadas pelo poder que ambas
têm apesar de serem pequenas. Quer a Rémora quer a língua de Santo António
tinham muita força para «domar as paixões humanas», isto é, para guiar o ser
humano pelo bom caminho.
5.
A Rémora é um peixe, vive na água do mar; portanto, é natural que enfrente
tempestades, que tenha poder, apesar de ser tão pequena, de segurar ou guiar
uma «Nau da Índia». Do
mesmo modo, mas em sentido figurado, a língua de santo António era uma rémora pois enfrentou e domou «tempestades» em terra, através da pregação da doutrina
cristã. O que
no texto se refere como naus - «Nau Soberba», «Nau Vingança», «Nau Cobiça» e
«Nau Sensualidade» - representa os defeitos ou vícios, isto é, as «paixões» do
ser humano.
6.
Resposta livre. Qualquer um dos recursos estilísticos confere
mais expressividade ao texto/sermaõ, de modo a torná-lo mais eficaz quando proferido
oralmente de um púlpito com o intuito de persuasão. As interrogações retóricas,
as frases exclamativas, os paralelismos sintáticos – pela dúvida suscitada,
pela emoção expressa ou pela repetição – tornam o texto mais vivo, ritmado e
sedutor, interagindo com os ouvintes, apelando à sua atenção e juízo de valor;
por outro aldo, o uso de metáforas e antíteses permite concretizar as ideias,
exemplificar os argumentos, pela semelhança ou pelo contraste, e desse modo
configurando um texto de contrastes, dialogante em si e com o auditório, de
todos os tempos.
7.
Neste Sermão, Vieira utiliza a rémora para simbolizar… 7.2) o poder que a
palavra do pregador tem de ser guia das almas.
GRUPO II (20 pontos)
No
Sermão, o Padre António Vieira decide pregar aos peixes e
não aos homens, visto que não obtinha
os efeitos desejados da sua pregação, tal como Santo António já o fizera.
Vieira, no início do seu texto, menciona a história ocorrida com este em
Arimino, onde, quando pregava aos hereges, fora alvo da tentativa de
apedrejamento por parte destes. Ao longo do seu texto manifesta admiração por
Santo António e este será seu modelo inpirador. Deste modo, tal como Santo
António, diz Vieira, «foi sal da terra e foi sal do mar», para criticar a
humanidade que estava cada vez mais corrupta, também Vieira decidiu deixar de
pregar aos homens e preferiu antes dirigir-se aos peixes. Percebe-se, pois,
porque é que no seu sermão as criaturas marinhas simbolizam as virtudes e os
defeitos dos homens: quando Vieira começa por apreciar as virtudes dos peixes e
depois lhe aponta os defeitos, eles está a tentar corrigir os defeitos humanos
através dessa analogia.
GRUPO III – EXPRESSÃO ESCRITA (40 pontos)
8. Resposta
livre. Texto expositivo-argumentativo sobre a importância dos direitos humanos nos nossos dias.