GRUPO I – LEITURA E ESCRITA (50 pontos)
1.1. – A história passa-se numa noite silenciosa e
escura («noite de silêncio e escuridão»), na altura em que as pessoas do palácio
se deitavam («indo ela adormecer»).
1.2. – A ação acontece sobretudo no interior do «palácio»: na «câmara» onde estão os berços das crianças a dormir («berço de verga», «berço de marfim») e noutras áreas – «lajes», «ao fundo da galeria». Todavia, há acontecimentos que se passam no exterior: «entre o palácio e a cidadela», «longe, à entrada dos vergéis reais», «na terra areada, entre os jasmineiros».
3. – [Várias respostas possíveis, desde que bem justificadas].
Neste excerto, à exceção da aia, que é a personagem principal, as outras
personagens são secundárias: o tio, a rainha, o príncipe, o escravo e «o
capitão das guardas».
A aia é
protagonista porque está presente do princípio até ao fim da ação; é ela quem
salva o príncipe e, desse modo, o reino; é ela quem revela à rainha o
salvamento.
O tio
também surge como agente [neste excerto ele tem mais relevo, poderia
defender-se que também é personagem principal] – ele é o raptor e o vencido
pelas guardas do palácio –, mas nem sequer é nomeado.
As crianças
estão, no conto, marcadas pela sua posição social: uma dorme em berço de ouro
entre brocados, a outra, num berço pobre e de verga. O príncipezinho não intervém diretamente na ação, mas é o motivo
pelo qual o palácio é invadido e acontece o rapto; enquanto a personagem escravinho existe para salvar a vida do
príncipe.
3.1. Expressões que caraterizam diretamente a Aia:
“despida”, “embrulhada”, “imóvel”, “calada”, “muito lenta”, “muito pálida”.
3.2. A Aia está caraterizada desse modo porque,
por um lado, ela foi surpreendida à noite quando se preparava para deitar-se –
e portanto, não teve tempo de se arranjar [“despida”, “embrulhada”], por outro
lado, ela agiu silenciosamente e de modo encoberto [“imóvel”]. As três últimas
expressões revelam o seu comportamento após o seu sacrifício: embora corajosa,
ela sofrera com a troca das crianças e a violência daquela noite.
4. Temendo pela vida do principezinho, a Aia
trocou as crianças, colocando o príncipe no berço de verga e o seu filho no
berço de marfim.
5. A atitude da Aia – a troca das crianças – «sem
uma vacilação, uma dúvida», demonstra a coragem e o altruísmo de uma mulher que
sacrificou o filho para salvar o reino. Se a total dedicação da Aia ao filho,
ao príncipe e aos reis prova a sua grandeza de alma, a qual não pode
ter nenhuma recompensa material, do mesmo modo o seu sacrifício –
apaixonado, leal, decidido – não poderá ser pago por nenhum tesouro, que tanta
cobiça desperta no ser humano. É a sua crença religiosa de que a morte não é o
fim da vida, mas o seu prolongamento numa outra dimensão, que nos permite
compreender a sua atitude ao sacrificar o próprio filho e ao escolher um punhal
para pôr termo à sua vida. O seu suicídio só é compreensível porque sabemos que
acredita ser essa a saída para se juntar ao seu filho.
6. A frase «A
mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto.» significa
que, após o choque emocional provocado por pensar que o seu filho tinha sido
raptado, a rainha perde as forças e quase desmaia.
7. Resposta livre. 7.1. – [do manual, p. 35:] “Luta pelo poder” – resume um dos temas
centrais do conto: o conflito de natureza política entre duas fações rivais. / “A mulher que sacrificou o filho para
salvar o reino” – destaca a coragem e abnegação de uma mãe que põe os
interesses dos seus senhores e do reino à frente de tudo. / “O principezinho” – Destaca a
importância de uma vida que simboliza a vida e o bem-estar de um povo.