25 de abril de 2019

Cesário Verde - a vida e a obra


“Se eu não morresse, nunca! E eternamente
buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!”
Cesário Verde 



O autor


1855

A 23 de fevereiro, num prédio da Rua da Padaria (junto à Sé de Lisboa), nasce José Joaquim CESÁRIO VERDE, filho de Maria da Piedade dos Santos Verde e de José Anastácio Verde.

1857 (dois anos de idade)

Peste em Lisboa; a família Verde refugia-se na sua quinta de Linda-a-Pastora.

1865 (10 anos de idade)

Os Verde passam a morar na Rua do Salitre (Lisboa).
Cesário conclui a instrução primária e começa a estudar inglês e francês.

1872 (17 anos)

Cesário começa a trabalhar na loja de ferragens do pai, na Rua dos Fanqueiros.
Com 19 anos, tuberculosa, morre Maria Júlia, irmã de Cesário.

1873 (18 anos)

Cesário matricula-se no Curso Superior de Letras, que frequentou durante apenas alguns meses, onde conhece e se torna grande amigo do escritor Silva Pinto.
Publica os seus primeiros poemas no Diário de Notícias.

1874 (19 anos)

Publica mais poemas no Diário de Notícias (Lisboa) e nos jornais do Porto Diário da Tarde e A Tribuna.
Ramalho Ortigão crava-lhe uma Farpa a propósito do poema “Esplêndida”.
Boémia revolucionária no “Martinho”.

1875 (20 anos)

Cesário conhece e faz amizade com Macedo Papança (futuro conde de Monsaraz).
Continua a publicar poemas nos jornais, em “Mosaico”, “A Tribuna” e “O Porto”.
Começa a dirigir a loja da Rua dos Fanqueiros e a quinta de Linda-a-Pastora.

1876 (21 anos)

Desenvolve negócios.
Frequenta a casa de Papança, na Travessa da Assunção, onde se cruza com os poetas Guerra Junqueiro, Gomes Leal e João de Deus.
Os Verde mudam-se para a Rua das Trinas.

1877 (22 anos)

Volta a colaborar no Diário de Notícias.
Queixa-se dos primeiros sintomas de tuberculose.

1878 (23 anos)

Passa a viver em Linda-a-Pastora.
Nos jornais publica “Noitada”, “Manhãs Brumosas”, “Em Petiz”.

1879 (24 anos)

Publica “Cristalizações” no primeiro número da Revista de Coimbra.
É atacado pela republicana Angelina Vidal em A Tribuna do Povo e pelo monárquico Diário Ilustrado.

1880 (25 anos)

Publica “O Sentimento dum Ocidental” no número do Jornal de Viagens (Porto) dedicado ao tricentenário de Camões.
Os Verde exportam maçãs para Inglaterra, Alemanha e Brasil.

1881 (26 anos)

Cesário participa no “Grupo do Leão”‖ e convive com Abel Botelho, Alberto de Oliveira, Fialho de Almeida, Gualdino Gomes e com os pintores José Malhoa, Silva Porto, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro.

1882 (27 anos)

Morre, tuberculoso, Joaquim Tomás, irmão de Cesário.

1883 (28 anos)

Cesário viaja para França, numa tentativa malograda de exportar vinhos portugueses.

1884 (29 anos)

Publica “Nós”. Deixa de frequentar os meios literários.
Ativa negócios, produz, compra e exporta frutas. Recolhe-se a Linda-a-Pastora.

1885 (30 anos)

Agrava-se o seu estado de saúde, mas regressa a Lisboa e continua a trabalhar na loja da Rua dos Fanqueiros.

1886 (31 anos)

Extremamente doente, instala-se em Caneças. Vai depois para casa de um amigo, no Lumiar (às portas de Lisboa), onde vem a morrer a 19 de julho.

1887

O seu amigo Silva Pinto edita O Livro de Cesário Verde, que recolhe todos os textos do poeta conhecidos até essa data.


A obra

Algumas edições:
  • O livro de Cesário Verde. Lisboa: Typographia Elzeveriana, 1887. – Contem 22 poemas e um retrato do poeta feito em Paris, de memória, por Columbano, uma dedicatória a Jorge Verde, um prefácio assinado «Silva Pinto» e notas finais.
  • O livro de Cesário Verde, 1873-1886. Pref. Silva Pinto. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2014. – Ed. fac-simile comemorativa dos 500 anos da Biblioteca da Universidde de Coimbra. - Ed. fac-simil. de: Typ. Elzeviriana: Lisboa, 1887. 
  • Poesias dispersas. Lisboa: Estúdios Cor, 1964. – Notas de Jorge Nemésio. 
  • Obra Poética e Epistolografia. Ed. org. Ângelo Marques. Porto: Lello Editores, 1999 
  • Cânticos do realismo e outros poemas: 32 cartas. Pref. Fialho de Almeida; estudo crítico Fernando Pessoa; ed. Teresa Sobral Cunha. Lisboa: Relógio d'Água, 2006. 
  • Cânticos do realismo: o livro de Cesário Verde. Nota prévia de Carlos Reis, coord. da coleção e introd. e nota biobliográfica de Helena Carvalhão Buescu. Lisboa: INCM, 2015.








Estudos acerca do autor e da sua obra



  • ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner (1979) Quatre poetes portugais: Camões, Cesário Verde, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa. Paris: Centre Cultural Portugais.
  • ATKINSON, Dorothy M. (1968) Notas sobre a estilystica de Cesário Verde. Lisboa: Tip. da Editorial Império.
  • BUESCU, Helena Carvalhão & Maria Paula Morão, eds. (2007) Cesário Verde: visões de artista. Porto: Campo das Letras.
  • CARVALHO, Coelho de (1888) Viagens de Coelho de Carvalho: Madrid, Barcelona, Nice, Mónaco: cartas e notas destinadas a Cesário Verde em 1884. Lisboa: Livraria de António Maria Pereira.
  • CEIA, Carlos (2003) Sexualidade e Literatura: ensaios sobre Eça de Queirós, Cesário Verde, Almada Negreiros e Alexandre O'Neill. Lisboa: Colibri.
  • FIGUEIREDO, João Pinto de (1978) Álbum de Cesário Verde, com fotografias e cartas inéditas do poeta. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian.
  • Figueiredo, João Pinto de (1981) A vida de Cesário Verde. Col. “A Obra e o Homem”, Lisboa: Arcádia.
  • FIGUEIREDO, João Pinto de (1986) A vida de Cesário Verde. Lisboa: Presença.
  • MACEDO, Helder (1975) Nós : uma leitura de Cesário Verde. Lisboa: Plátano. / 4.ªed., Lisboa: Presença, 1999.
  • MACEDO, Helder (1988) Cesário Verde: o romântico e o feroz. Lisboa: & etc.
  • MARQUES, Teresa Martins (2002) Leituras poliédricas: estudos sobre Cesário Verde, Gomes Leal, Raul Brandão, José Régio, José Rodrigues Miguéis, Vitorino Nemésio. Lisboa: Universitária Ed..
  • MARTINS, Albano (2008) Realismo e modernidade na poesia de Cesário Verde. Porto: O Progresso da Foz.
  • MARTINS, Fernando Cabral (1988) Cesário Verde ou a transformação do mundo. Lisboa: Comunicação.
  • MÓNICA, Maria Filomena (2007) Cesário Verde. Lisboa: Alêtheia.
  • MORÃO, Paula (1988) Cesário Verde e Irene Lisboa: ver a cidade. Poitiers: Associação Internacional de Lusitanistas.
  • ROCHA, Clara (2002) Casa de Cesário Verde em Linda-a-Pastora. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras.
  • RODRIGUES, Fátima & Maria Paula Morão (1998) Cesário Verde: recepção oitocentista e poética. Lisboa: Cosmos.
  • ROSA, Susana (2013) Cesário Verde ou o poema sem assunto. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
  • SERRÃO, Joel (1957) Cesário Verde: Interpretação, Poesias Dispersas e Cartas. Lisboa: Minerva.
  • SERRÃO, Joel (1986) O essencial sobre Cesário Verde. Lisboa: INCM.
  • SIMÕES, João Gaspar (1931) O mistério da poesia: ensaios de interpretação da génese poética. Coimbra: Imprensa da Universidade.
  • TORRES, Alexandre Pinheiro (2003) A paleta de Cesário Verde. Lisboa: Caminho.