12 de dezembro de 2014

Teste de avaliação sumativo de Português – 8.º Ano

GRUPO I – LEITURA E ESCRITA (50 pontos)


Lê o texto e depois responde às questões, por palavras tuas e de forma completa.


por Manuel Halpern

          Eu fui o primeiro telecomando da minha casa. Um comando com pernas, braços e agilidade nos dedos, que nem precisava de pilhas. Como era o mais novo, os meus irmãos ordenavam: «Muda para o 2». E eu levantava-me e carregava no botão. Os televisores chegavam a ter 12 botões, mas só dois serviam para alguma coisa. Um dia, em casa do meu avô, usei a minha condição de telecomando para fazer zapping (embora na altura a palavra ainda não existisse, aliás usavam-se menos palavras inglesas, apesar de se dizer offside em vez de fora-de-jogo). O que eu fiz foi, com alguma genica na ponta dos dedos, alternar rapidamente entre o primeiro e o segundo canal. O meu avô zangou-se comigo, com razão, dizendo que aquilo estragava o televisor. Mas ainda assim eu não resisti e carreguei nos dois botões ao mesmo tempo só para ver o que acontecia. O ecrã não ficou dividido como no Dallas, fixou apenas a RTP1.
          Quando as televisões passaram a ter telecomando com pilhas e tudo, o número de canais já tinha aumentado. A posse do comando tornou-se uma demonstração de poder, ostentada, normalmente, pelo chefe-de-família. O zapping, um frenesim, como se as pessoas ficassem permanentemente em stress por, ao optarem por ver um programa, perderem todos os outros. A filosofia do zapping compulsivo era: «Não é possível ver todos os canais ao mesmo tempo, mas há que tentar». E com o treino, alguns zappers mais empenhados, conseguiam fixar o essencial de vários, aproveitando a previsibilidade da própria televisão: pouco ou nada se perde em ver a telenovela e o concurso aos soluços.
          O zapping tornou ver televisão um ato mais individualista, porque é impossível ver o que quer que seja ao lado de alguém que tenha esse tique nervoso no dedo. E talvez seja essa questão do poder, a disputa pelo telecomando que tenha levado, ou pelo menos ajudado, à proliferação de televisores pela casa na média e alta burguesia: uma televisão na sala, outra na cozinha, outra no quarto do miúdo. Deu-se um progressivo isolamento de uma atividade que, na sua origem, era tendencialmente coletiva.
          Com aparecimento de 99 novos canais, o zapping perdeu fulgor. E a maioria das pessoas anda sempre à volta dos mesmos cinco. Os miúdos é que já não estão ali na sala. A televisão interessa-lhes pouco. Estão a navegar na internet, a palrar no facebook, a ver vídeos do youtube e a fazer downloads ilegais.

Questões

1. Neste texto de opinião, o autor tece comentários acerca dos “media” e da sua evolução.
Reordena as frases (numerando-as, à direita) de acordo com a sua apresentação no texto.

As famílias passaram a ter mais do que um televisor em casa.

Atualmente os canais são tantos que as pessoas perderam o interesse e veem sempre os mesmos.

Na juventude de Halpern não havia telecomandos e só havia dois canais.

O chefe de família detinha o poder do telecomando.

O telecomando surgiu, assim como mais canais televisivos.










2. Os comentários de Manuel Halpern não são imparciais – pelo contrário, através deles o autor aprecia criticamente as situações apresentadas.
Explica como se evidencia a apreciação crítica nas expressões seguintes:

2.1. «Eu fui o primeiro telecomando da minha casa. Um comando com pernas, braços e agilidade nos dedos, que nem precisava de pilhas.» (1.º §)

2.2. «[…] fazer zapping (embora na altura a palavra ainda não existisse, aliás usavam-se menos palavras inglesas, apesar de se dizer offside em vez de fora-de-jogo).» (1.º §)

2.3. «Estão a navegar na internet, a palrar no facebook, a ver vídeos do youtube e a fazer downloads ilegais.» (4.º §)

3. Que relação se estabelece entre os avanços tecnológicos associados ao consumo de televisão e a união familiar? Justifica a tua resposta.

4. Tendo em conta a temática abordada, justifica o título deste artigo de opinião.

GRUPO II – CONHECIMENTO EXPLÍCITO DA LÍNGUA (20 pontos)

1. Quanto ao seu significado, as palavras podem ser…
1.1. … polissémicas se têm um só significado. __
1.2. … monossémicas se têm vários significados. __
1.3. … monossémicas se têm um só significado. __
1.4. … polissémicas se têm vários significados. __

2. Atenta nas frases seguintes:
(1) «O papel estava todo rasgado.»
(2) «Aquela atriz desempenhou muito bem o seu papel

A palavra “papel” é:    a) Polissémica __   b) Monossémica __

3. Identifica as duas frases que se encontram na voz passiva.
3.1. «Tudo me parecia um horrível pesadelo.»
3.2. «A minha mão foi apertada pela dele com muita força.»
3.3.3 «Avançou impulsivamente para mim.»
3.4. «Fui convidado para entrar na sua casa.»

4. Atenta na frase seguinte: «mas o castelo foi muito destruído pelos anos e pelos temporais.»
Faz a correspondência entre os elementos das colunas A e B, colocando o número respetivo na coluna da direita. Nota: Um elemento da coluna B é falso.

A – Constituintes da frase


B - Funções sintáticas
1. o castelo


complemento agente da passiva
2. foi muito destruído pelos anos e pelas intempéries


complemento direto
3. pelos anos e pelos temporais


Predicado



Sujeito

5. Considera a seguinte frase: «As rédeas foram agitadas pelo cocheiro
Identifica a função sintática da expressão sublinhada.
5.1. complemento direto __
5.3. complemento agente da passiva __
5.2. sujeito __
5.4. complemento indireto __

6. Transforma as frases ativas em frases passivas. (no verso da folha do teste)
6.1. Todos aplaudiram o desempenho da banda.
6.2. O namorado oferece-lhe aquele anel.
6.3. O Pedro vestirá o casaco do irmão.

7. Transforma as frases passivas em frases ativas.
7.1. O nadador foi mordido por um peixe-aranha.
7.2. O Prémio Nobel foi recebido pelo escritor José Saramago.

8. Seleciona a opção correta (risca o que não interessa), tendo em conta o que estudaste sobre as frases ativa e passiva.
8.1. O sujeito da frase ativa passa, na frase passiva, a complemento direto / sujeito / complemento agente da passiva, introduzido pela preposição por/de/a.
8.2. O verbo principal da frase ativa passa, na passiva, para o pretérito perfeito/particípio passado/infinitivo.
8.3. O verbo principal, na frase passiva, concorda em género e número com o sujeito/complemento agente da passiva/complemento indireto.
8.4. O verbo auxiliar usado na frase passiva é o verbo haver/ser/ter.

GRUPO III – EXPRESSÃO ESCRITA (30 pontos)

Turma: A

Escolhe um dos seguintes temas e desenvolve-o num texto organizado e de expressão correta (entre 15 a 30 linhas).

Tema 1
          Como sabes, a televisão é, nos nossos dias, um poderoso meio de comunicação, e o carácter, positivo ou negativo, da sua influência é muitas vezes um assunto controverso.
          Redige um texto em que apresentes a tua opinião sobre o papel que a televisão desempenha na sociedade atual.
          Dá um título interessante ao teu texto.
Tema 2
          Há quem considere que a sociedade em que vivemos é marcada por grandes contrastes: por um lado, aqueles que só adquirem bens dos mais caros, que vivem em habitações de luxo e que frequentam os melhores restaurantes; por outro, os que lutam diariamente por comida, um teto e outras condições básicas.
          Redige um texto em que apresentes a tua opinião sobre os contrastes acima descritos.
          Dá um título interessante ao teu texto.


Turma: B

Texto de opinião
Atualmente, os jovens dedicam muito tempo a atividades com ligação à Internet.
Escreve um texto organizado e de expressão correta (entre 12 a 20 linhas) em que apresentes a tua opinião acerca da importância da Internet para os jovens.
No teu texto, deves, relativamente à Internet:

  • referir duas vantagens;
  • indicar uma desvantagem;
  • dar conselhos aos jovens utilizadores;
  • apresentar outras informações que aches importantes.