“Sermão de Santo António aos peixes” (1654)
do Padre António Vieira
Compreensão/Interpretação 6 (p. 80) – cap. VI
1. Os peixes
encontram-se arredados dos sacrifícios a Deus. O enunciador avança como motivo
o facto de os peixes, ao contrário dos outros animais, não poderem chegar vivos
ao altar do sacrifício, o que a Deus não agradaria.
1.1. Muitos
homens chegam mortos ao altar do sacrifício, ou seja, morrem em pecado. Facto
que é objeto da crítica do orador.
2. Os peixes
sacrificam a Deus, não o sangue e a vida, mas o respeito e a reverência. Deste
modo, o pregador apela aos homens para que sejam virtuosos e exorta-os a
respeitarem e a obedecerem a Deus.
3. No segundo
parágrafo, o pregador inveja os peixes porque lhes atribui características
superiores: o facto de não falarem, não terem memória, entendimento e vontade
evita que ofendam a Deus e, por outro lado, os peixes conseguem atingir o
objetivo para que foram criados (servir os homens), ao contrário do pregador,
que diz não conseguir servir a Deus.
4.
Os peixes deverão louvar a Deus porque este…
- os criou em grande
quantidade e variedade,
- lhes deu a água como
elemento,
- os sustenta e conserva.
5. Na passagem
«e chamou para si aqueles que convosco e de vós viviam» (ll. 47-48), o pregador
refere-se aos apóstolo, alguns deles pescadores de profissão.